segunda-feira, 22 de setembro de 2008

BLOCKANDELARIO 2008, encontro anual de BOULDER

Pena, Tiago, André, Flávio e Edgar


Olá amigos!
Aproveitando a excelente ideia da criação deste blogue, venho por este meio partilhar convosco as minhas mais recentes “aventuras verticais”!
Vou começar por falar da mais recente: BLOCKANDELARIO 2008.
Blockandelario é, como o próprio nome sugere, um encontro anual de BOULDER, muito conceituado a nível internacional, que se realizou este fim de semana em Salamanca (Espanha).
As previsões meteorológicas não eram as melhores mas as “ganas” de escalar eram tantas que, na sexta feira passada, pelo fim da tarde, eu, o André Neres e o seu irmão Flávio partimos em direcção a CANDELARIO. A viagem faz-se bem: 450 km que equivalem a mais ou menos 3 horas e meia de viagem (acho eu...).
Chegados a Candelario, deparámo-nos desde logo com um ambiente efusivo e contagiante que transbordava de um enorme Pavilhão situado mesmo ao lado de um campo de futebol repleto de tendas,carros e carrinhas. Não havia dúvidas: estávamos no sítio certo!!
O motivo para tanto entusiasmo e ruído era a COMPETIÇÃO DE LANÇAMENTOS que então decorria num muro artificial que estava no Pavilhão.
Depois de também nós vibrarmos com os voos dos “prós” e de muito convivío, lá fomos para a tenda dormir umas horitas e quando demos por nós já estavamos de pequeno-almoço tomado e CRASH PADS às costas a subir rumo ao sector MATRIX, aquele que, segundo constava, tinha os melhores blocos.
O local, inserido numa paisagem rural, no cimo de um monte, é muito bonito e ao contrário das previsões, fazia calor (até demais!...). Os escaladores eram tantos que tinha que se “tirar senha” para escalar, mas isso era também um grande estímulo à confraternização e assim, todos estavam satisfeitos!
Depois de ter aquecido em três linhas, decidi atirar-me a um 7a com muito bom aspecto e foi aí que o AZAR me bateu à porta...Determinado a encadear o bloco, mão direita na pinça, mão esquerda na réglete, lolote com o pé esquerdo, lançamento para um aplát e ... ARRRGGGGGGGGGHHHHHH!, ainda toquei na presa mas não consegui ficar e acabei por cair...mal, muito mal.
O que se seguiu foi uma ida ao hospital de Salamanca onde me engessaram o pé e diagnosticaram uma “possível fractura”. E assim me junto ao CLUBE DOS ENGESSADOS, onde encontro o meu caro amigo Carlos Teixeira.
Bom, mas apesar de ter caído e de ter passado uma tarde no hospital, a diversão não acabou!Depois de me apanharem no hospital, fomos directos para o pavilhão, para ver quem tinha passado às FINAIS ( passavam os nove escaladores com a lista de blocos encadeados mais difíceis nesse dia) e foi logo uma alegria quando soubemos que dois portugueses tinham passado à final: o nosso atleta, o André, e também o Zé Abreu! Na final, eles iriam bater-se com nomes como os de Dani Andrada, Ignassi Tarrazona, Edu Marín ou Gerard Rull.
Antes da final, os IRMÃOS POU (Iker Pou é o mais conhecido, encadeou o famoso Action Direct, 9a+ de monodedos) apresentaram um filme que deixou todos com “as mãos a suar” e que mostrava toda a beleza do projecto que levou estes dois irmãos a viajar aos 7 continentes do mundo (sim, também foram à ANTARCTIDA!), escalar as vias mais dificeis de cada continente. O filme chama-se “7 cimas, 7 continentes”!
À projecção do filme seguiu-se a final. Aconteceu nos muros de plástico do pavilhão: havia 5 blocos para os escaladores resolverem, todos muito bons e difíceis, mas os tugas estiveram à altura e não se deixaram intimidar pelos “ortegas”, entre os quais o que mais me impressionou pela positiva foi, para além do Dani Andrada, que terminou em 2º lugar, o nessa noite imparável IGNASSI! Gostei muito do espírito dele, do empenho e decisão com que “enfrentava” os problemas que lhe eram postos e essa atitude valeu-lhe o merecedíssimo 1º lugar! No fim, não pude deixar passar a oportunidade de lhe apertar a mão, a ele e aos TUGAS que, definitivamente, estiveram à altura do desafio!
Deste modo, apesar de todas as contrariedades, sinto que valeu a pena ter ido!Afinal, como dizia Pessoa, “tudo vale a pena quando...” (eis que se solta aqui a minha veia poética!:D).
E ainda aprendi mais uma lição com isto tudo (uma que já deveria estar bem sabida, mas enfim...): para quem escala é tão importante SABER CAIR como conseguir subir e se isso é importante na escalada desportiva, com corda, ainda mais importante é em BLOCO, onde antes sequer de começarmos a subir devemos prever SEMPRE onde e como iremos cair caso não consigamos fazer algum passo.
No fundo, quando estamos a fazer boulder, devemos activar os nossos “instintos felinos”, para cairmos como gatos. Ora, quando eu cai, achei que era uma ÁGUIA e estava à espera de flutuar no ar até pousar suavemente no chão...Enfim, é o que dá ser tão Benfiquista...
Mas continuo a dizer: VALEU!!


P.S- Brevemente irei escrever outro post onde vos contarei as peripécias de outa viagem que fiz este Verão: RODELLAR! (essa não meteu gesso!). Podem aguardar!;)

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